Os representantes de produtores de laranja do interior paulista serão recebidos pelo ministro da Agricultura, Antonio Andrade, às 16 horas da próxima terça-feira, dia 10, em Brasília, para discutir a crise na comercialização da safra.
A reunião foi marcada após o vice-presidente Michel Temer, na condição de presidente da República em exercício, receber o deputado federal Edinho Araújo (PMDB-SP) e diretores da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores) Flávio Viegas, Alexandre Berto, Emerson Fachini e Raul Furquim Neto, na última quarta-feira.
Na presença do grupo, Michel Temer ligou para o ministro da Agricultura, Antonio Andrade, cobrando providências. Ficou decido que a crise da citricultura será discutida na próxima terça-feira, no Ministério da Agricultura, com a presença dos principais líderes do setor produtivo e do deputado Edinho Araújo.
REIVINDICAÇÕES DA CITRICULTURA
Na audiência com Temer, Edinho Araújo e os representantes de citricultores apresentaram ao presidente em exercício as principais reivindicações do setor. Elas já haviam sido encaminhadas ao Ministério da Agricultura, por meio de oficio, pelo deputado Edinho Araújo.
As principais medidas cobradas pelos produtores de laranja são:
* renegociação de dívidas a longo prazo e com juros baixos (securitização);
* inclusão da laranja na política de preço mínimo e retomada dos leilões de PEPRO;
* inserção do suco de laranja em programas governamentais, como de distribuição de cestas básicas a pessoas carentes;
* aumentar o percentual de suco de laranja para os néctares (o suco tem ao menos 50% de polpa de fruta; néctar concentra de 30% a 50%);
* redução de impostos do setor;
* melhoria do ambiente de negócios, com maior transparência de informações sobre consumo, estimativa de safra etc.;
* fortalecimento da representatividade dos citricultores independentes nas negociações do Consecitrus e construção conjunta do modelo final para restabelecer o equilíbrio no setor;
* investimento em marketing para promover o aumento do consumo de suco de laranja; entre outras.
NO CADE
O deputado Edinho Araújo também acompanhou os produtores em visita ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Os produtores travam uma luta contra o poderio da indústria, à qual acusam de formação de cartel.
Segundo eles, a indústria manipula o mercado e controla os preços, sufocando os produtores. A indústria também aumentou nos últimos anos suas áreas próprias de plantio, eliminando produtores pequenos e médios, que, sem condições de vender a fruta, deixam a atividade.
O Cade espera acelerar a criação do Consecitrus, um conselho formado paritariamente por produtores e industriais, que ficará responsável por discutir as condições de mercado da citricultura.
A situação do mercado de laranja é crítica. A fruta precoce amadurece nos pomares e não encontra compradores. Os poucos negócios feitos atualmente giram em torno de R$ 6,00 a caixa de 40,8 quilos, valor inferior ao custo de produção.
“Estamos defendendo a fixação imediata de um preço mínimo para a caixa de laranja, como conseguimos no ano passado. A fruta foi vendida a R$ 10,00 a caixa, com subsídio do Programa de Escoamento da Produção, o que aliviou os prejuízos de parte dos produtores”, disse Edinho Araújo.