O deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) ocupou a Tribuna da Câmara Federal na tarde desta segunda-feira para manifestar o descontentamento da região Noroeste de São Paulo com a proposta do governo do Mato Grosso do Sul de cobrar um pedágio na ponte rodoferroviária.
Segundo Edinho, a obra está pronta desde 1998 e totalmente paga, devendo o governo federal arcar apenas com os custos de manutenção.
“Fomos surpreendidos pela notícia de que o governo do Mato Grosso do Sul, após acordo com o Ministério dos Transportes, assumirá a manutenção da ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, ligando Rubinéia a Aparecida do Taboado, na divisa de São Paulo com o Mato Grosso do Sul. Mais surpresos ficamos com a notícia de que o governo do estado vizinho licitará a manutenção da ponte, instituindo a partir de 2015 a cobrança de pedágio para a travessia”, denunciou o deputado.
A alternativa à proposta de pedágio, segundo Edinho Araújo, está em projeto de sua autoria, em tramitação.
“A solução para a manutenção está em projeto de lei de minha autoria, já aprovado na Câmara e em tramitação no Senado Federal, que federaliza a ponte Rodoferroviária. A medida obrigará o governo federal a fazer a manutenção regular da ponte, sem cobrar pedágio. É inadmissível que o Ministério dos Transportes faça um convênio para terceirizar a manutenção da ponte, atropelando um projeto que está em fase final de tramitação”, destacou o deputado.
Edinho está em contato com autoridades do governo federal para rediscutir a proposta. O pedágio, segundo ele, prejudicará os moradores dos dois estados e encarecerá o valor dos fretes.
Confira íntegra do pronunciamento:
Sr presidente, sras e srs deputados
Fomos surpreendidos pela notícia de que o governo do Mato Grosso do Sul, após acordo com o Ministério dos Transportes, assumirá a manutenção da ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, ligando Rubinéia a Aparecida do Taboado, na divisa de São Paulo com o Mato Grosso do Sul.
Mais surpresos ficamos com a notícia de que o governo do Mato Grosso licitará a manutenção da ponte, instituindo a partir de 2015 a cobrança de pedágio para a travessia.
Estive entre as lideranças da região Noroeste de São Paulo que lutaram por décadas pela construção da ponte como fator de integração entre São Paulo e o Centro-Oeste do País.
A obra ficou pronta em 1998 e custou mais de 500 milhões de reais. Metade do valor foi bancado pelo governo de São Paulo e metade pela União.
Mato Grosso do Sul nada investiu na obra, que hoje beneficia fortemente o Estado, sendo fator de progresso e integração, e permitindo na parte ferroviária escoar a safra de grãos rumo ao porto de Santos.
Trata-se, portanto, de uma obra já paga, demandando apenas baixos investimentos em sua manutenção.
A ponte de quase quatro quilômetros tem importância estratégica para as cidades próximas da fronteira de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Cobrar pedágio irá onerar o preço dos fretes e aumentar os gatos das pessoas que precisam cruzar a fronteira para trabalhar, fazer compras ou a lazer.
A solução para a manutenção está em projeto de lei de minha autoria, já aprovado na Câmara e em tramitação no Senado Federal, que federaliza a ponte Rodoferroviária, incluindo seu trecho na BR-346.
A medida obrigará o governo federal a fazer a manutenção regular da ponte, sem cobrar pedágio.
É inadmissível que o Ministério dos Transportes faça um convênio para terceirizar a manutenção da ponte, atropelando um projeto que está em fase final de tramitação.
Não vou aceitar isso. Vou levar o assunto ao novo ministro Paulo Sérgio Passos e ao vice-presidente Michel Temer, cobrando providências…
A região Noroeste de São Paulo lutará unida contra o pedágio na ponte rodoferroviária.
MUITO OBRIGADO