A construção de um novo acesso à cidade de Santos e a assinatura de um termo de convênio entre a Codesp (Companhia Docas de São Paulo), DER e Dersa para viabilizar o túnel Santos-Guarujá foram discutidos nesta quarta-feira (15.04), em Brasília, durante audiência que o ministro de Portos Edinho Araújo concedeu ao secretário de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira, ao diretor-presidente da Dersa de SP, Laurence Casagrande Lourenço, e ao diretor-presidente do Porto de São Sebastião e diretor do Departamento Hidroviário de SP, Casemiro Tércio.
O secretário explicou ao ministro que o projeto para a construção de um acesso independente ao bairro da Alemoa, em Santos, está em fase de execução numa parceria entre o governo de São Paulo e a Codesp, cada qual investindo R$ 7,5 milhões nos estudos.
“O novo acesso absorverá cerca de 30% do fluxo destinado ao Porto de Santos. A proposta é superar os gargalos que atrapalham o tráfego na chegada à cidade de Santos”, explicou Duarte Nogueira. Segundo ele, o investimento total nas obras será de R$ 180 milhões.
Edinho Araújo e Duarte Nogueira discutiram ainda os termos de um convênio a ser firmado entre a Secretaria de Portos, por meio da Codesp, e o governo do Estado, representado pela Dersa e DER, para estabelecer diretrizes para a construção do túnel ligando Santos ao Guarujá.
“Nossa preocupação é com os reflexos da obra na rotina portuária. Precisamos nos cercar de todos os cuidados”, afirmou o ministro Edinho Araújo. O diretor-presidente da Dersa de SP, Laurence Casagrande Lourenço, explicou que a tecnologia a ser adotada na obra é a mesma utilizada no exterior em cerca de 50 obras em áreas portuárias.
“Os blocos que compõem o túnel serão assentados por etapas. Cada bloco demora em torno de 18 horas para ser submerso e a operação é feita uma vez apenas por semana, para interferir o mínimo possível na rotina do canal do Porto. O projeto garante uma profundidade de 21 metros no canal e dupla navegação”, explicou Casagrande.
Outra providência, segundo o diretor da Dersa, será a remoção de uma favela no Guarujá, com o reassentamento das famílias. “A obra tem previsão de duração de 44 meses e um custo estimado de R$ 2,8 bilhões. Serão três faixas em cada sentido, uma delas, a da direita, reservada a caminhões. A faixa central será destinada a ciclistas e pedestres”, explicou.
SÃO SEBASTIÃO
O diretor-presidente do Porto de São Sebastião e diretor do Departamento Hidroviário de SP, Casemiro Tércio, disse ao ministro que grupos privados formalizaram interesse em investir em arredamentos de áreas do porto para movimentação de contêineres, assim que os blocos em análise forem liberados pelo TCU. “A duplicação da rodovia Tamoios aumentará a competitividade do Porto de São Sebastião, pela facilidade de acesso”, afirmou.